segunda-feira, 12 de maio de 2014

Feedback Sarau Juntos de maio...

"O Sarau Juntos na Casa desse mês ocorreu em clima intimista (bem intimista mesmo), cerca de 20 presentes viram nascer um novo modelo de sarau, ainda mais interativo. A primeira das apresentações foi um revezamento musicais entre duas brilhantes interpretes, Ramona e Maisa!!! Tiago também cantou.
Após a belíssima intervenção musical, tivemos a honra de receber Paulo Alves Silva apresentando os personagens da narrativa fictícia que está escrevendo há alguns anos, com direito a respostas aos presentes.  
Depois, começaram as novidades... Thomas Sampaio e eu fizemos uma intervenção teatral de cunho político na qual apresentei um novo personagem que pretendo continuar desenvolvendo, o Luis Ilário “O Puto da Silva”, um político de extrema esquerda que defende projetos de governo assistencialista, como o “Bolsa Drogado”.  Em contrapartida, Thomas fez o papel de um político de extrema direita que condena o uso de drogas e emendou com a encenação de um texto e uma canção de Chico Buarque.
O Sarau seguiu com a nossa querida Lua Rodrigues. Ela fez um discurso defendendo que o fato do Sarau Juntos na Casa possuir maioria de público jovem é uma grande conquista cultural e não significa de maneira nenhuma que qualquer integrante da organização tenha qualquer tipo de preconceito etário ou de qualquer outro gênero. Reforçou o discurso com a ideia de conjunto, que os artistas apoiem os outros, fortalecendo o grupo do Sarau e as causas em pauta na melhoria da formação cultural e crítica de cada indivíduo.
Após a apresentação poética do Toninho, eu dei a abertura pra outra novidade, abrindo minha apresentação poética para críticas. Apresentei  “Há tempos” de Renato Russo, na minha versão declamada (segunda a Lua, não sou um bom cantor, então nem me arrisco!). Segui minha apresentação com “Hoje em dia” uma parodia atualizada de minha autoria que tenta trazer a essência da musica supracitada a uma contemporaneidade palpável ao que vemos cotidianamente; terminando com fragmentos do meu texto “Sobre as palmas que vocês NÃO vão me dar”, que é uma reflexão pessoal, feita sob o viés do artista. acerca de quanto valem as "palmas industrializadas" que recebemos em eventos culturais. As palmas, em minha vivência artístico/pessoal, só adquirem valor de prestígio se antes houver pelo menos um instante de silêncio. Pra mim, palmas sem reflexão, além de ser vazia, ainda acaba por envaidecer a arte. Sim pois, muitas vezes, o artista se propõe a trabalhar coisas cchuj o efeito final desejado não é necessariamente algo positivo. Foi ótimo ouvir as opiniões da Vanessa Souza (presidente da Casa de Cultura), da Ramona e do Toninho. Toninho me fez pensar em uma outra categoria de aplausos, os aplausos que constroem. Surpreendentemente tive uma conversa na madrugada dessa segunda feira sobre esse meso assunto com um grande amigo meu, o Jukka Andrade, a quem também mostrei a poesia. Ele mencionou uma teoria de níveis de artista. Basicamente, há um estágio em que o aplauso tem efeito construtivo, estimulando a produção, independentemente da qualidade. Há , entretanto, outro estágio em que o artista já está firmado na pessoa. É quando a qualidade do que está sendo produzido passa a valer mais que a produção em si. Particularmente,  creio estar neste estágio. Preciso saber se o que produzo atinge o objetivo a que me propus e se torna difícil se a reação for sempre o aplauso...                   
Voltando ao sarau, a última apresentação artística da noite foi do Thomas, cantado (agora sim, cantando...) “Há tempos” de Renato Russo.
Ainda tivemos a fala da Izabela Barreto sobre a “Copa das Manifestações”. Creio que a Lua seja mais indicada pra falar desse evento, pois tem ligação com o Coletivo Juntos! de juventude, sobre o qual ela escreverá um artigo pros leitores do EdLua.Artes.
O Sarau terminou com uma pequena festa pra homenagear Ramona, Thomas, a Maisa e o Anivaldo (fundador da casa de cultura) pelos respectivos aniversários.  
           Anivaldo ainda falou sobre a assembléia publica que aconteceu no dia 5/5 para discutir a Unifesp que atenderá as oito cidades da nossa região."

Edgar Izarelli

"Gosto de frequentar diversos saraus, eles me trazem diferentes perspectivas sobre a arte e o artista.
A valorização dos artistas de Embu acontece de forma bem sutil... São artistas que fazem arte há tempos e ainda assim não têm o reconhecimento que mereciam. E no meio dos novos (jovens), isso se dá de forma ainda mais brutal, ou seja, não temos por onde começar, como começar, o que estudar etc.
Acesso é o que há depois da grande barreira sistemática que pede toda e qualquer habilidade mecânica de nós, para que sejam desenvolvidas em prol do capital.
O sarau Juntos na Casa, traz essa união e experiência de troca para que a juventude (inclusive eu) se descubra como artista, encontre outras alternativas de vida.
Estamos falando de uma região pobre de Embu, região periférica e desvalorizada pela prefeitura.
Carente de todos os serviços e principalmente de acesso à cultura do seu próprio lugar.
A Casa de Cultura Sta. Tereza representa a resistência cultural e o lugar que formou muitos outros formadores de opinião/artistas da região.
Esse sarau ofereceu nessa edição da ultima sexta, reflexões interessantíssimas pra quem não gosta de banalização e clichês. Por quê, afinal; nós como artistas precisamos das palmas do público?
É como afeto? Carinho gratuito?
A arte está acostumada a ser aplaudida, mas ultimamente tenho trabalhado com reflexões que incomodam o ego. Não exigem afeto, muito pelo contrário...
Exige reflexão.
Silêncio mutuo! As palmas não nos permitem concluir o que aquele azedo causou à garganta.
É como se nós todos estivéssemos num universo paralelo, em que refletir é necessário e de repente tudo isso cessasse. Acabou.
Palmas à ele(a).
Sim, palmas nos fazem bem, como as estrelas brilhantes que precisamos ser. Mas um olhar causa muito mais a sensação de... Dever cumprido.
Uma breve descrição do que esse sarau me causou, lembrando que acontece toda primeira sexta feira do mês, as 19h, na Casa de Cultura Sta.Tereza.
Beijos de luz!"
Lua Rodrigues




          

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